Feiticeira da lua,
Tu encarnas na tua pessoa.
Canalizas a sua presença,
Serves de conduta ao seu poder,
De receptáculo à sua energia,
De veiculo às suas dádivas;
A Deusa Lua,
Pálida irmã gémea
Do Deus Sol trigueiro,
Toda de prata e de mercúrio
Onde ele é ouro e cobre.
A Deusa Lua,
Feita de grácil subtileza,
Passividade que comanda,
Artifícios femininos
Que dão a ilusão de controlo.
Onde o seu irmão Deus Sol
É todo pujança arrogante
E um carisma opressor e tirânico,
Frontalidade masculina que comanda
Pelo exercício directo de vontade.
Feiticeira da lua,
Tu teces os feixes de luar em
Tapeçarias diáfanas mas infrangíveis
Que definem e circunscrevem
O destino dos homens.
Feiticeira da lua,
Tu usas o crescente da lua
Como um anzol inexorável
Com o qual capturas para a eternidade
O coração dos homens
Feiticeira da lua
A lua que é o teu totem
Regula com as suas metamorfoses
Os ciclos profundos dos corpos das mulheres,
Segredos misteriosos e sagrados,
Sede do seu terrível mas subtil poder.
Feiticeira da lua
A lua que é o teu totem
Regula com as suas metamorfoses
Os ciclos turbulentos dos corações das mulheres,
Fonte da sua perigosa imprevisibilidade,
Que as torna carentes de constante avaliação.
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